Mais despedimentos na <em>Yazaki</em>
Os trabalhadores da Yazaki Saltano, em Ovar, decidiram avançar para a denúncia pública, o protesto e a luta contra o despedimento colectivo e em defesa dos postos de trabalho – os 533 agora sob fogo e os restantes, constantemente ameaçados.
O Governo deu cobertura ao despedimento
Na segunda-feira, a multinacional japonesa anunciou que, «face ao encerramento da produção do modelo Toyota Corolla no dia 24 de Janeiro e à nova legislação laboral», decidiu iniciar naquele dia um processo de despedimento colectivo.
Desde 1998, a Yazaki tem vindo a reduzir o número de trabalhadores nas suas fábricas em Portugal. A mais recente deslocalização de produção para países com mão-de-obra mais barata ocorreu no ano passado, afectando duas linhas de produção e cerca de 800 trabalhadores.
Reunidos em plenário, ainda no dia 8, os trabalhadores responsabilizaram o Governo por ter dado o seu aval ao despedimento, sem contactar os trabalhadores e seus representantes, como afirmam numa moção ali aprovada, na qual denunciam uma posição concertada entre a administração da empresa e o Governo, designadamente os serviços do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Suscitou firme condenação o facto de a empresa, ao anunciar o início do despedimento, afirmar também que «todos os trabalhadores afectos à produção Toyota Corolla que, com profissionalismo e serenidade, continuem a cumprir funções, garantindo os objectivos de produção e qualidade até ao final do modelo, dia 24 de Janeiro, recebem um bónus adicional».
Repudiando esta sugestão de que os trabalhadores abdiquem de lutar pelos seus direitos e interesses a troco de uma esmola ou bónus, na moção – citada pela agência Lusa – salienta-se que há muito tempo as operárias e as suas estruturas representativas vinham a alertar para a gravidade da situação, reclamando medidas para lhe fazer face.
Na sequência do anúncio do despedimento colectivo, o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Centro realizou plenários de trabalhadores, segunda e terça-feira, a par de reuniões com a multinacional e o Ministério do Trabalho, procurando travar a liquidação dos postos de trabalho e garantir alternativas.
Ao Correio de Azeméis, um dirigente do SIEC/CGTP-IN alertou para a insegurança em que ficam os 450 trabalhadores que produzem cablagens para o Toyota Avensis. «Ninguém nega que a produção deste modelo também vá cessar num curto espaço de tempo», disse Américo Rodrigues àquele jornal.
Entre os visados pelo despedimento colectivo, encontram-se cerca de 150 casais. O Ministério da Economia, através da API (Agência Portuguesa para o Investimento), veio anunciar, anteontem, que «a empresa, com o apoio do Estado, tentará minimizar o impacto do despedimento» e, entre as «acções» apontadas, insere a «selectividade positiva do pessoal a despedir», para evitar que, por exemplo, saiam da empresa marido e mulher. Mas a verdade, como alertou Américo Rodrigues, em declarações à comunicação social, é que as declarações de intenção não se transformaram em compromissos claros e inequívocos.
Por outro lado, a API reconhece que, no mês passado, a Yazaki «informou a sua intenção de proceder a uma redução de cerca de 600 trabalhadores na unidade de Ovar», dando razão à acusação de que o despedimento estava combinado, entre o Governo e a multinacional, bastante antes de ser comunicado aos operários.
Uma delegação do PCP esteve anteontem de manhã à porta da empresa, em manifestação de solidariedade (ver artigo de João Frazão, da Comissão Política do Partido, na pág. 7. No plenário convocado para ontem à tarde, o Grupo Parlamentar comunista decidiu fazer-se representar pelo deputado Bruno Dias.
Desde 1998, a Yazaki tem vindo a reduzir o número de trabalhadores nas suas fábricas em Portugal. A mais recente deslocalização de produção para países com mão-de-obra mais barata ocorreu no ano passado, afectando duas linhas de produção e cerca de 800 trabalhadores.
Reunidos em plenário, ainda no dia 8, os trabalhadores responsabilizaram o Governo por ter dado o seu aval ao despedimento, sem contactar os trabalhadores e seus representantes, como afirmam numa moção ali aprovada, na qual denunciam uma posição concertada entre a administração da empresa e o Governo, designadamente os serviços do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Suscitou firme condenação o facto de a empresa, ao anunciar o início do despedimento, afirmar também que «todos os trabalhadores afectos à produção Toyota Corolla que, com profissionalismo e serenidade, continuem a cumprir funções, garantindo os objectivos de produção e qualidade até ao final do modelo, dia 24 de Janeiro, recebem um bónus adicional».
Repudiando esta sugestão de que os trabalhadores abdiquem de lutar pelos seus direitos e interesses a troco de uma esmola ou bónus, na moção – citada pela agência Lusa – salienta-se que há muito tempo as operárias e as suas estruturas representativas vinham a alertar para a gravidade da situação, reclamando medidas para lhe fazer face.
Na sequência do anúncio do despedimento colectivo, o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Centro realizou plenários de trabalhadores, segunda e terça-feira, a par de reuniões com a multinacional e o Ministério do Trabalho, procurando travar a liquidação dos postos de trabalho e garantir alternativas.
Ao Correio de Azeméis, um dirigente do SIEC/CGTP-IN alertou para a insegurança em que ficam os 450 trabalhadores que produzem cablagens para o Toyota Avensis. «Ninguém nega que a produção deste modelo também vá cessar num curto espaço de tempo», disse Américo Rodrigues àquele jornal.
Entre os visados pelo despedimento colectivo, encontram-se cerca de 150 casais. O Ministério da Economia, através da API (Agência Portuguesa para o Investimento), veio anunciar, anteontem, que «a empresa, com o apoio do Estado, tentará minimizar o impacto do despedimento» e, entre as «acções» apontadas, insere a «selectividade positiva do pessoal a despedir», para evitar que, por exemplo, saiam da empresa marido e mulher. Mas a verdade, como alertou Américo Rodrigues, em declarações à comunicação social, é que as declarações de intenção não se transformaram em compromissos claros e inequívocos.
Por outro lado, a API reconhece que, no mês passado, a Yazaki «informou a sua intenção de proceder a uma redução de cerca de 600 trabalhadores na unidade de Ovar», dando razão à acusação de que o despedimento estava combinado, entre o Governo e a multinacional, bastante antes de ser comunicado aos operários.
Uma delegação do PCP esteve anteontem de manhã à porta da empresa, em manifestação de solidariedade (ver artigo de João Frazão, da Comissão Política do Partido, na pág. 7. No plenário convocado para ontem à tarde, o Grupo Parlamentar comunista decidiu fazer-se representar pelo deputado Bruno Dias.